Mulheres buscam ocupar cada vez mais espaços antes dominados por homens, enquanto empresas procuram mais equidade de gênero
A Confederação Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) aposta em um crescimento no setor de construção civil em 2024. A tendência é que, com os incentivos governamentais, construtoras consigam aumentar os empreendimentos e, também, a oferta de trabalho. Um dos desafios para o setor, no entanto, é a contratação de mão-de-obra qualificada.
Já há alguns anos esse cenário é encarado como oportunidade por empresas e por mulheres que atuam no segmento. Apesar de a construção civil ainda ser um setor predominantemente masculino, os números e a prática cotidiana confirmam que a força de trabalho feminina vem aumentando. Em empresas como a Lyx Participações e Empreendimentos, elas ocupam as mais variadas funções, atuando nos canteiros de obra, departamentos de engenharia e arquitetura e em postos estratégicos de gestão.
OS NÚMEROS
De acordo com a CBIC, em 2023 o número de trabalhadores formais na construção civil cresceu 6,57%. Ao longo de todo o ano passado, foram criados 158.940 novos postos de trabalho com carteira assinada, de acordo com os dados do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados no final de janeiro pelo Ministério do Trabalho e do Emprego (MTE). Em outubro de 2023, o setor da construção civil atingiu a marca de 2,675 milhões de trabalhadores com carteira assinada, o patamar mais elevado desde julho de 2015, quando alcançou 2,693 milhões. “Estamos em um momento de alta demanda imobiliária e a participação das mulheres na construção civil é fundamental para reduzir esses gargalos e melhorar o desempenho do setor”, pontua o vice-presidente comercial da Lyx, Paulo Antonio Kucher.
O segmento Minha Casa Minha Vida, no qual a Lyx atua, vem crescendo desde setembro de 2023, a partir da primeira redução significativa da Selic. A construção civil responde por 6% do total de trabalhadores formais no país e, somente a incorporadora, projeta criar 5 mil novos postos de trabalho no Paraná e no Rio Grande do Sul, entre empregos diretos e indiretos ao longo de 2024. “Hoje, as empresas buscam resultados e bons profissionais. Por isso, a questão de gênero não interfere e as mulheres vêm conquistando cada vez mais espaço em todos os setores, entre eles o da construção civil, onde os homens sempre foram maioria”, pontua o vice-presidente.
Só no Rio Grande do Sul, a Lyx está com cinco obras em andamento e a previsão de lançar outros cinco empreendimentos até dezembro, com a criação de pelo menos 4 mil novas oportunidades de trabalho. De acordo com o Ministério do Trabalho e a Relação Anual de Informações Sociais, entre os anos de 2002 e 2012, a participação das mulheres na construção civil cresceu 65%, assim como o número de mulheres matriculadas nos cursos de engenharia civil, que tem crescido de forma contínua desde 2007. Mas o caminho ainda é longo. Segundo o Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea), menos de 20% dos profissionais de engenharia cadastrados são mulheres no Brasil.