A arquiteta Jamile Emad A. L. Musleh explica como essa estratégia ajuda a reduzir os impactos ambientais, oferecendo mais conforto ao lar
A ventilação cruzada é um conceito amplamente utilizado em arquitetura e engenharia para melhorar a qualidade do ar e o conforto térmico em edifícios, especialmente em residências, escritórios e instalações industriais. Essa técnica de ventilação envolve o uso estratégico de aberturas em diferentes partes de um edifício para permitir a circulação controlada de ar fresco, aproveitando diferenças de pressão e temperatura entre o interior e o exterior.
A arquiteta da Construtora Patriani, Jamile Emad Abdel Latif Musleh, explica que essa é uma estratégia para aproveitar a diferença de pressão e temperatura entre as diferentes faces de um edifício. “Ela depende de aberturas posicionadas estrategicamente, como janelas, portas e aberturas de ventilação, em lados opostos ou em locais que promovam uma corrente de ar natural. Quando o ar quente e viciado dentro do edifício sobe, cria uma pressão mais baixa na parte superior, enquanto o ar mais fresco e mais denso é puxado para dentro do edifício a partir de aberturas na parte inferior. Isso permite a renovação constante do ar interior, melhorando a qualidade do ar e reduzindo a dependência de sistemas de climatização artificiais e, consequentemente, o consumo de energia”, afirma.
Confira abaixo os benefícios da técnica, segundo a especialista:
Sustentabilidade: A redução do uso de sistemas de resfriamento e o aproveitamento da ventilação natural contribuem para edifícios mais sustentáveis e ecoamigáveis, reduzindo a emissão de carbono.
Economia de recursos: Ao reduzir a necessidade de ar-condicionado, a ventilação cruzada prolonga a vida útil dos equipamentos e minimiza a necessidade de refrigeradores prejudiciais ao meio ambiente.
Melhora da qualidade do ar: A ventilação cruzada permite a remoção eficaz de poluentes do ar interior, como o dióxido de carbono, compostos orgânicos voláteis e odores, proporcionando um ambiente mais saudável para os ocupantes. Isso é especialmente importante para a saúde respiratória e o bem-estar geral.
Economia de energia: Ao usar a ventilação cruzada para resfriar um edifício, é possível reduzir a necessidade de sistemas de climatização, como ar-condicionado. Isso resulta em economia de energia e, consequentemente, em redução nos custos de eletricidade.
Conforto térmico: A circulação de ar fresco ajuda a equilibrar a temperatura interna, evitando picos de calor e promovendo um ambiente mais agradável durante as estações quentes. Também pode ser utilizada para eliminar a sensação de ar abafado em ambientes fechados.
Redução de umidade: A ventilação cruzada ajuda a controlar a umidade interna, o que é crucial para prevenir o crescimento de mofo e bolor, além de melhorar o conforto respiratório dos ocupantes.
Em resumo, essa é uma estratégia eficaz para melhorar a qualidade do ar e o conforto térmico em edifícios, ao mesmo tempo em que contribui para a sustentabilidade e a economia de energia. Ela é uma opção viável tanto para edifícios novos quanto para aqueles que passam por reformas, permitindo que os ocupantes desfrutem de ambientes mais saudáveis e agradáveis, enquanto reduzem os custos operacionais e os impactos ambientais.